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As nuanças [entre fundamentalismo e integralismo] podem ser até mais sutis. Basta pensar no fenômeno da political correctness na América. Nasceu para promover a tolerância e o reconhecimento de qualquer diferença, religiosa, racial e sexual, e todavia está se transformando em uma nova forma de fundamentalismo que investe de maneira quase que ritual contra a linguagem cotidiana e que trabalha ao pé da letra em detrimento do espírito - de modo que se pode discriminar um cego desde que se tenha a delicadeza de chamá-lo "deficiente visual" e, sobretudo, pode-se discriminar os que não seguem as regras do politically correct.
Umberto Eco, em
As Migrações, a Tolerância e o Intolerável, um dos
Cinco Escritos Morais